O Presidente da Fundação Getulio Vargas, professor Carlos Ivan Simonsen Leal e o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Carlos Braga, realizaram no último dia 25/09 uma palestra para alunos da primeira turma do “MBA em Inteligência Artificial para Aplicações Militares”. Além da exposição dos conhecimentos da Fundação sobre o tema, o encontro teve por objetivo colher as primeiras impressões dos alunos sobre o programa, quando discorreram sobre os projetos que estão desenvolvendo para o Trabalho de Conclusão de Curso e apontaram pontos positivos e pontos de melhoria nas disciplinas que poderão ser aplicados nas próximas turmas.
Durante sua fala, o professor Carlos Ivan destacou como a ciência de dados aplicada à inteligência artificial vem caminhando na FGV em quatro etapas, a saber: “A primeira é a governança de dados, que é fundamental. É necessário ter uma disciplina de ferro, pois tudo precisa estar detalhado, como se faz com os meta dados, por exemplo, explicando o que é o dado, quem coletou o dado, hora que coletou, daí por diante. Depois, em segundo lugar, passamos análise exploratória de dados, quando também acumulamos informações, tratamos os dados que entram e os dados que saem, nos ajudando a tentar descobrir o que não está sendo observado. Essa etapa nos auxilia a medir e estimar riscos, por exemplo, servindo para montar modelos e achar correlações. Já na terceira etapa, chegamos à inteligência generativa, quando simulamos coisas que não conhecemos a partir de uma hipótese geral e destacando parâmetros que governam o sistema, testando-o a partir da ampliação desses parâmetros. Por fim, chegamos a uma das aplicações ideias, que é a utilização do processo para otimizar o uso de recursos escassos em diferentes situações e contextos”.
Já o Almirante Carlos Braga ressaltou como a ciência de dados hoje está interligada ao combate moderno, sublimando o a relevância do curso “Estamos formando jovens oficiais com capacidade no tema, com uma qualidade que superou minhas melhores expectativas. Além disso, foi um acerto tremendo terem cursado o MBA junto a civis da FGV, convivência com academia e com quem está estudando os temas a fundo”.
Os alunos, em duplas mistas compostas por militares (fuzileiros) e civis (FGV), estão desenvolvendo os seguintes trabalhos de conclusão de curso:
- Os Impactos da Inteligência Artificial nos Conflitos da Atualidade: O uso da inteligência artificial nas Operações de Informação;
- Aplicações para inteligência artificial no Processo de Planejamento Militar – PPM;
- O Emprego da Inteligência Artificial em Proveito do Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil;
- Desenvolvimento e Treinamento de Chatbot Para Otimização de Documentos Operativos nas Seções de Estado-Maior de um Batalhão de Infantaria;
- A Inteligência Artificial aplicada a Logística em operações.
Sobre o curso
Estruturado em parceria pela FGV Projetos, FGV EMAp e FGV DTI para a Marinha do Brasil, o Curso de Pós-Graduação Lacto Sensu em Inteligência Artificial para Aplicações Militares é ministrado como parte do Curso de Aperfeiçoamento Avançado de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (C-ApA-CFN). O C-ApA-CFN é composto por módulos de formação estritamente militar e módulos de formação em áreas técnicas complementares, estes últimos por meio de parcerias com Instituições de Ensino Superior. A ementa aborda temáticas com potencial para auxiliar os oficiais no desenvolvimento de habilidades analíticas e de pensamento crítico, melhoria da compreensão do ambiente operacional e automatização de tarefas. Tal conhecimento, além de uma aplicação abrangente nas rotinas de tomada de decisão e eficiência operacional, também poderá ser aplicada nas atividades específicas de Inteligência, Planejamento, Logística, Comando e Controle.